Atualmente nossa vida está repleta de circuitos eletrônicos. Já parou para pensar que o produto eletrônico que está a seu lado pode conter um componente eletrônico falsificado e que a qualquer momento o produto pode apresentar uma falha de funcionamento?

Mas você pode questionar. Mas o produto está funcionando. Passou pelo controle de qualidade da empresa. Existem vários níveis de falsificação, desde as mais simples até as mais elaboradas. O falsificador pode simplesmente pegar um componente que não funciona e vende-lo como bom, o que seria fácil de detectar num simples teste. Porém ele pode remarcar um componente de baixa performance (por exemplo, “traço” de velocidade menor) por um de alta performance (“traço” de velocidade maior). Ou seja, ele adquire um componente genuíno mais barato e remarca como se fosse mais caro para lucrar na operação. E em muitas vezes, ainda oferece por um preço menor que o mercado. Este componente pode funcionar nas primeiras horas ou dias, mas sob certas condições de variação de temperatura ou tempo de uso, este componente pode apresentar funcionamento anormal ou até parar. E o custo de reparo em campo pode custar muito, sem falar na perda de credibilidade caso o lote todo comece a falhar. É o velho ditado do “barato que sai caro”.

E como um componente falso vai para o mercado? Por exemplo, pode vir de alguma empresa revendedora de componentes eletrônicos que não faz parte dos canais de venda oficiais e autorizados do fabricante. A cadeia de fornecimento de componentes eletrônicos tem uma estrutura que envolve fabricante, representantes comerciais e distribuidores. Estes últimos, por contrato, são autorizados pelo fabricante para intermediar o fornecimento dos componentes genuínos. Qualquer outra empresa não-autorizada (gray market) não é considerada um canal de vendas oficial e não está sob a garantia dos fabricantes.

Mas como estas revendas conseguem adquirir os componentes eletrônicos? Muitas vezes ocorre uma sobra de componentes na linha de produção por vários motivos como compra excedente ou encerramento de produção do produto eletrônico antes do previsto. E há casos extremos onde os componentes são reciclados de placa eletrônicas antigas.

Uma simples cafeteira parar de funcionar ao pressionar o botão de ligar não causa muito problema, mas o risco pode ser grande se o produto eletrônico falhar em momentos críticos como ao pisar no freio do automóvel e o sistema eletrônico de frenagem não responder ou o desfibrilador não acionar numa parada cardíaca. Vidas podem ser perdidas.

Parece que são situações raras, que não vai acontecer com você. Ou talvez já tenha acontecido e você nem ficou sabendo. Pensou que era uma falha qualquer ou achou que o produto era ruim mesmo. Segundo a SIA* (sigla em inglês para Associação das Indústrias de Semicondutor) os custos com a falsificação de fabricantes de semicondutores americanos ultrapassavam os USD 7,5 bilhões por ano em 2011. Vários fabricantes têm lutado contra isso e alertam sobre a importância da aquisição de componentes eletrônicos somente através dos canais venda autorizados como pode ser visto na página da Analog Devices, Inc.** A qualidade dos seus produtos somente pode ser garantida através dos seus canais oficiais que contribuem para a rastreabilidade e logística dos seus componentes.

Durante a Pandemia da Covid-19, tivemos um aumento de prazos de entrega e escassez de alguns componentes eletrônicos no mercado mundial. Muitas empresas de produtos eletrônicos recorreram ao estoque de revendas não-autorizadas e correram riscos de qualidade para abastecerem suas linhas de produção. Algumas empresas até comentavam que esta ou outra revenda é “mais confiável” ou que elas “garantiam” as peças e faziam trocas se não funcionasse. Na verdade, correram um grande risco e ainda correm, pois seus produtos podem falhar a qualquer momento em campo.

Esperamos que não tenhamos mais uma crise de prazos de entrega, mas para amenizar este problema e não ficar na mão nesta situação, uma possível solução é o planejamento. É uma tarefa difícil, mas PLANEJAR é preciso. E a Alphatech está aqui para colaborar.